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Mushin (Não pensar em nada - Mente Vazia)

Mu (vazia) shin (mente)

"Não se pensa em nada de definido, quando nada se projeta, aspira, deseja ou espera, e que não se aponta em nenhuma direção determinada e, não obstante, pela plenitude da sua energia, se sabe que é capaz do possível e do impssível...esse estado, fundamentelmente livre de intenção e do eu, é o que o Mestre chama de espiritual."

Herrigel - A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen.

Sabedoria Chinesa

Quando um arqueiro atira sem alvo nem mira, está na originalidade de sua realização de atirador.

Quando atira para ganhar, instala-se em sua realidade uma cisão entre atirar e ganhar. E já fica nervoso.

Quando atira por um prêmio, fica cego.
Pela cisão vê ao mesmo tempo dois alvos.
Sua realidade é a mesma, mas as divisões o cindem.
Ele se pre-ocupa mais em ganhar do que atirar.
Vê mais o prêmio do que o alvo.

A necessidade de vencer lhe esgota a força de identidade!


Chuang-tzu - "Mestre Zhuang"
Filósofo taoísta chinês (369 a.c. / 286 a.c.)

13 julho 2008

Sabedoria Chinesa

Lendo esta semana um texto do Professor Emanuel Carneiro Leão, extraído do seu livro “Aprendendo a Pensar- Vol I”, encontrei o seguinte pensamento do Filósofo Taoísta Chinês (369 a.C. / 286 a.C.) Chuang-tzu - "Mestre Zhuang":

“QUANDO UM ARQUEIRO ATIRA SEM ALVO NEM MIRA, ESTÁ NA ORIGINARIEDADE DE SUA REALIZAÇÃO DE ATIRADOR.QUANDO ATIRA PARA GANHAR, INSTALA-SE EM SUA REALIDADE UMA CISÃO ENTRE ATIRAR E GANHAR. E JÁ FICA NERVOSO.QUANDO ATIRA POR UM PRÊMIO, FICA CEGO.PELA CISÃO VÊ AO MESMO TEMPO DOIS ALVOS.SUA REALIDADE É A MESMA, MAS AS DIVISÕES O CINDEM.ELE SE PRE-OCUPA MAIS EM GANHAR DO QUE ATIRAR.VÊ MAIS O PRÊMIO DO QUE O ALVO.A NECESSIDADE DE VENCER LHE ESGOTA A FORÇA DE IDENTIDADE!”

Esse é o tipo de “achado” que não se guarda. Tem que ser imediatamente repassado.
Em poucas palavras Chuang-tzu relatou o que muitos não conseguiram em milhares de páginas escritas sobre o nosso esporte. Recomendo a todos que façam do texto um quadro e o pendurem num lugar especial onde possam lê-lo todos os dias.

Para melhor divulgá-lo, transcrevi o pensamento, sob o título “Sabedoria Chinesa”, na comunidade “Tiro Esportivo Olímpico” que mantemos no Orkut, e recebi o seguinte comentário do atirador Walter Dias, atleta do GTEN (excelente origem, diga-se de passagem) e medalha de bronze no último Campeonato Sul-Americano de Tiro Esportivo: “difícil é pensar nisso em uma competição...esquecer o 10 e atirar por prazer”.

Sem dúvida o pensamento do Walter deve ecoar na mente de muitos outros atiradores. Essa certeza me fez parar de estudar nesta noite de sábado, para redigir essa nota (não vale como artigo, eu sei), relatando a minha resposta para o Walter:

Atire pelo prazer de fazer o "DEZ"!
Mas o "DEZ" não é o centro do alvo. É o tiro tecnicamente certo.
A cada disparo, repasse mentalmente todo o processo e visualize a tarefa a ser executada: fazer o “DEZ”. Não o tiro no centro do alvo, mas o disparo “perfeito”, com a figura alça/massa alinhada na zona de visada, antes, durante e depois do disparo. Isso é o “DEZ”.
Não levante o seu braço antes de ter a convicção de “fazer o DEZ”.
O ponto só é obtido depois que o tiro chega ao alvo. É futuro. Realizar o tiro tecnicamente certo é uma seqüência de ações, concatenadas e realizadas no presente.
Se você divide sua mente (cisão) entre o presente e o futuro, perde parte da sua “força de identidade” com o processo.
Se você concentra sua atenção só no futuro, no "10" resultado, esgota a sua “força de identidade” com o processo.
Para garantir o “futuro” e o “passado”, mantenha sua mente consciente, sua atenção, 100% no “presente”.
Cada tiro um tiro.
Cada tiro um "DEZ"!

Alguma semelhança com o Jardim do Mário Quintana? (artigo “Rumo ao Centro”)
“O segredo não é correr atrás das borboletas...É cuidar do jardim para que elas venham até você.”
Sabedoria Brasileira!

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