“Aquele que pode ver o invisível pode fazer o
impossível”
Frank L. Gaines
Esse é o meu primeiro artigo no blog, por isso vou começar escrevendo sobre o que é a psicologia do esporte, afinal quando se fala em Psicologia ou em psicólogo, a primeira coisa que a maioria das pessoas pensa é em “problemas”, sejam problemas de comportamento, emocionais ou intelectuais.
Na realidade, esta situação ocorre porque quase todo o esforço de pesquisas e contribuições da Psicologia durante mais de um século esteve focado em neuroses, psicoses, depressões e outras situações referentes às desconformidades psicológicas.
Surgida em 1920, a Psicologia do Esporte é uma área específica das Ciências do Esporte onde seus primeiros laboratórios e institutos apareceram na antiga União Soviética, EUA, Japão e Alemanha. Na América Latina teve início em 1970 e em 1979 foi fundada no Brasil a SOBRAPE – Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte.
A proposta da Psicologia Esportiva já é reconhecida e utilizada em diferentes modalidades esportivas, mas encontramos maior número de trabalhos e registros com relação a preparação mental em esportes individuais.
Para que este trabalho seja realizado como um procedimento comum ao treinamento e utilizado como uma ferramenta a mais no condicionamento de atletas e equipes, é necessária uma consciência do benefício destas práticas na performance e na obtenção dos resultados. Quando isso acontece, é o próprio atleta que passa a solicitar e incrementar seus programas de treinamento, buscando incluir exercícios e técnicas mentais não só no seu dia a dia de trabalho, como em sua vida de uma maneira geral.
O Psicólogo do Esporte não é um clínico e sim ensina recursos para o atleta explorar ao máximo sua habilidade esportiva e com isso aprender a lidar com as diversas emoções e sentimentos que ocorrem numa competição. O psicólogo do esporte dá assessoria ao técnico, atletas e comissão técnica.
Só se prepara o corpo na véspera da competição?
Não!
O emocional também não!
É certa a necessidade da preparação mental para o bom desempenho da prática esportiva. Saber ganhar e perder têm sido um dos grandes desafios daqueles que escolheram viver constantemente a competição.
Através do treinamento mental o psicólogo age diretamente junto ao atleta no sentido de passar-lhe recursos que justamente venham a ajudá-lo nos processos e estados psíquicos relacionados à prática esportiva, tais como: percepção, ansiedade, motivação, autoconfiança, concentração.
Os métodos do treinamento mental devem estar adaptados às necessidades pessoais do atleta/ esportista. Nenhum exercício é bom ou ruim, ele deve estar adequado à personalidade e condição atual da pessoa. A compreensão de um exercício leva a confiança da sua utilidade, por conseguinte à sua prática. Ao passo que as dúvidas e inseguranças predispõem o treinamento mental ao fracasso.
No Brasil, a inclusão de técnicas e exercícios mentais no treinamento de atletas, principalmente naqueles de alta performance, vem crescendo ano a ano e a tendência natural, assim como aconteceu com a preparação física, é que este trabalho faça parte dos programas de treinamento de diferentes atletas e equipes brasileiras.
Considerando os altos níveis de competitividade que caracterizam os torneios e competições, atualmente é fundamental aproveitarmos as incríveis e fantásticas descobertas sobre o cérebro humano para aumentar nossas janelas de oportunidades em direção as conquistas e vitórias nos esportes e na vida. Sendo assim, a preparação mental passa a ter grande importância nessa área, especialmente, em relação ao real significado de cada vitória conquistada.
O treinamento mental é um trabalho dirigido ao condicionamento tanto da mente que pensa (mais racional, lógica e estratégica) como da mente que se sente (sede das nossas emoções). É utilizado principalmente, para incrementar a performance de atletas e se baseia, principalmente, no princípio de que podemos exercer um domínio maior dos nossos pensamentos, dos sentimentos e, consequentemente, do nosso comportamento. Com isso alcançar um melhor nível de motivação, autoconfiança, compromisso para treinar, limites da dor e sofrimento, cansaço, ansiedade e dos impulsos explosivos a raiva, passa a ser uma estratégia cuidadosamente administrada em direção aos resultados previamente estabelecidos.
Atletas que dominam essas habilidades podem recriar emoções em suas mente e assim, incrementar as suas performances. Essas práticas são utilizadas até hoje, como um “algo mais”, um diferencial competitivo em diferentes momentos da competição.
“O corpo tem os seus limites naturais, mas o potencial mental é ilimitado.”
Os treinamentos técnico, físico e mental fazem parte da vida de um atleta.
Anna Paula Rocha Maia
anna.paula.fernandes@terra.com.br
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